Como sempre aqui em São Paulo para poder chegar mais rápdio em meu destino e fugir da loucura do trânsito eu sempre ando de metrô. E cada um com seu charme decorativo, seja esculturas das épocas festivas, ou algum artista, todos lindos e com muita história, mas confesso que o meu preferido são as poesias pintadas nas paredes. E sempre com muita pressa nunca tinha parado para ler todas. Mas hoje eu só não li, como também fotografei.
O GUARDIÃO DE REBANHOS
O MISTÉRIO das cousas,onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar- nos o que é mistério?
Que sabe o rio desce e que sabe a árvore?
E eu que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempe que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como uma regato que soa fresco numa pedra.
Porque o unico sentido das cousas
È elas não terem sentido oculto nenhum,
È mais estranho do que todas as estranhezas,
E do que os sonhos de todos os POETAS,
E o pensamento de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.
Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
As cousas não tem significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.
FERNANDO PESSOA (Alberto Caeiro)
Poeta Português (1888- 1935.)